Archives for December 2010

Convite

Amigos,

Venho avisar que hoje, quinta-feira 23, às 19 hrs, será celebrada missa no Colégio S. João de Brito, pela passagem do P. Luís Rocha e Melo, há um ano.

Aproveito para informar que a 2ª edição do seu último livro – Tu me seduziste e eu deixei-me seduzir – acaba de sair. Além da capa nova e muito sugestiva, contém mais 15 orações que não houve tempo de incluir na 1ª e dois novos textos: prefácio do P. Provincial e ‘Esboço da um retrato’ da minha autoria.

Saudações amigas e os melhores desejos de um Santo Natal.

Matilde Paes Parente

Cartão de Natal

Caros CVXistas

Há Cartões de Natal e CARTÕES DE NATAL, este vale mesmo a pena perder um pouco te tempo para ver é Fabulástico” ... o Natal do Séc.XXI !!! ....  não percam ... a imaginação não tem limites ! ... 

http://www.youtube.com/watch?v=tgtnNc1Zplc&feature=player_embedded

Espero que concordem comigo

Angita

CVX Sul – Ruah

É próprio do homem…

Desde a mais remota antiguidade que o homem honra os seus mortos.

Não sei se por neles antever o seu futuro, um ponto de passagem do qual não pode fugir, se por reconhecer no que parte um par cuja dignidade quer preservar, se por gratidão pela vida que termina (para uns) ou se transforma (para outros).

Seja qual for a razão, os vestígios mais primitivos de sepulturas e rituais fúnebres são sinais da passagem do homem.

Noutro dia, ouvindo um programa de rádio, tomei consciência de uma realidade desconhecida, ou talvez convenientemente ignorada.

A realidade das pessoas que vão a enterrar sozinhas.

Sem-abrigos, velhotes, doentes que morrem nos hospitais e cujos familiares nunca apareceram a reclamar o corpo, alguns destes que, por caridade dos médicos e enfermeiros, aqui permaneceram durante tempos esquecidos, sem uma única visita.

A minha pergunta favorita é "Porquê?". Nunca passei esta fase...

E aqui, não consigo evitar!

Pensei no nosso egoismo, na pobreza económica e também na pobreza das nossas relações.

Seja pela razão que for, estamos a perder algo que costumava definir-nos como homens.

Tentei pôr-me no lugar do morto e no lugar dos seus amigos e familiares. Senti a solidão e a fragilidade!

Mas o programa não descrevia apenas o drama. Contava, também, a história de uma voluntária que acompanha estes funerais.

Uma história de compaixão e que, por contraste, foi para mim um sinal de esperança, de humanidade, de amor, de gratuidade! Um desafio a acreditar nas maravilhas que Deus faz no coração do homem, apesar da sua dureza.

Comovida, olhei para mim. E eu? Como me comporto com os que conheço, mais ou menos próximos? Acolho? Acompanho? Ou também abandono?

Com a questão "como ser profeta da esperança hoje?" ainda a ecoar, creio ter encontrado mais uma possibilidade: humanizar e deixar divinizar o meu coração para ser presença de Deus que sempre acolhe e acompanha, neste mundo tão fragilizado.

Ana Melo (Sal da Terra)

O massacre de Bagdad

Queridos irmãos e irmãs de todo o mundo,

Queremos começar esta carta agradecendo-vos todas as mensagens de comunhão e de solidariedade que recebemos. Neste momento, há muitas catástrofes naturais no mundo que causam um número de vítimas bem superior ao que existe aqui, só que o que causa estas catástrofes não é o ódio, e isso faz toda a diferença.

A nossa igreja está habituada a sofrer reveses bem duros, mas é a primeira vez que é tão violento e selvagem e sobretudo é a primeira vez que isso acontece no interior da igreja. Normalmente fazem explodir as bombas no átrio.

A igreja de Notre Dame du Salut é uma das três igrejas Católicas Siríacas de Bagdad, a maioria das pessoas que a frequentam são cristãos de rito siríaco originários de Mossoul ou das 3 aldeias cristãs siríacas próximas de Mossoul: Qaraqosh de onde são originárias as nossas PS. Virgin Hanan e Rajah Nour, Bartolla e Bashiqa de onde é originária PS. Mariam Farah. Graças à Deus nenhum dos seus parentes próximos foi morto ou ferido com gravidade.

A igreja foi tomada de assalto no Domingo 31 de Outubro depois do meio-dia, precisamente depois do sermão do Pe. Tha' de ER que celebrava a missa. O Pe. Wasim, que era filho de uma prima da PS. Lamia, estava a confessar ao fundo da igreja perto da porta de entrada, o Pe. Raphael estava no coro. Os atacantes eram muito jovens (14-15 anos), não usavam máscaras e tinham metralhadoras, granadas e levavam um cinto com explosivos.

Abriram fogo imediatamente, matando o Pe. Wasim que tentava de fechar a porta da igreja, depois dispararam indiscriminadamente após terem ordenado às pessoas que se deitassem no chão e que não se mexessem nem gritassem. Algumas conseguiram dar o alerta por sms, mas os assaltantes começaram a disparar sobre as pessoas que viam que estavam a utilizar o telemóvel. O Pe. Tha' ER, que continuava a celebrar missa, foi morto com as suas vestes sacerdotais (paramentos), o seu irmão e a sua mãe também foram mortos.

Depois, foi o massacre, não conseguimos contar tudo o que as pessoas nos contaram, mesmo as crianças que gritavam eram mortas. Certas pessoas refugiaram-se na sacristia barricando a porta, mas eles subiram ao terraço da igreja e lançaram granadas pelas janelas da sacristia que são altas.

Tudo isto leva a crer que foi um ataque bem preparado e que eles tiveram ajuda do exterior. Como é que conseguiram transpor as barreiras policiais (na rua que vai dar à igreja) e saber o caminho para o terraço, etc? Eles metralharam igualmente os aparelhos de ar condicionado de modo a que o gás que se ia libertando asfixiasse as pessoas que estavam próximas.

Metralharam a Cruz escarnecendo e dizendo às pessoas: “digam-Lhe para vos salvar“, também pediram a chamada à oração: Allah akbar, la ilah illallah… E no fim quando o exército estava prestes a entrar, fizeram-se explodir a si próprios.

O exército e os socorros demoraram quase 2 horas a chegar, tal como os americanos que sobrevoavam de helicóptero, mas o exército não está preparado para gerir este tipo de situação e não sabiam bem o que fazer. Porque é que demoraram assim tanto tempo a chegar?

Tudo terminou por volta das 10h30 - 11h da noite, aquilo demorou demasiado tempo e pensamos que muitas pessoas morreram por causa das hemorragia provocadas pelas suas feridas.

Depois, os feridos foram levados para diferentes hospitais e os mortos para a morgue. As pessoas começaram a chegar para saber o que se tinha passado e para saber notícias dos seus parentes, mas foi proibido o acesso à igreja e as pessoas começaram a ir de hospital em hospital à procura dos seus conhecidos. Vimos pessoas que procuraram familiares até às 4 h da manhã para finalmente os descobrirem na morgue.

No dia seguinte foram os funerais na igreja caldeia vizinha, a igreja estava repleta de gente, foi muito impressionante, havia 15 caixões alinhados no coro; as outras vítimas foram enterradas na sua aldeia ou separadamente.

Representantes de todas as comunidades cristãs bem como do governo estavam lá, o nosso Patriarca falou, bem como o porta-voz do governo e um religioso, chefe de um partido islâmico (Moammar el Hakim). A oração teve lugar numa grande dignidade e sem manifestações ruidosas. O Pe. Saad, pároco desta igreja, foi ajudando as pessoas a rezar à medida que iam chegando, antes do início da cerimónia.

Os 2 jovens padres foram enterrados na sua igreja destruída, há um cemitério sob a igreja, antes de serem enterrados, os caixões estiveram na igreja para que as pessoas pudessem dizer-lhes adeus.

No início, não sabíamos nada acerca das vítimas, não conhecíamos ninguém directamente, excepto o Pe. Raphael, padre muito idoso, e fomos ao hospital visitá-lo e visitar os feridos que também aí estavam. Foram as famílias que nos conduziram de quarto em quarto bem como os funcionários do hospital que nos foram indicando os feridos. Por acaso eram todas mulheres ou jovens raparigas, todas com ferimentos de balas, não como numa explosão em que se pode ficar sem um braço ou uma perna. Permanecemos ao lado deles sem falar muito, eram eles quem falava ou então a sua família, cada um revivia a sua história enquanto no-la ia contando. Como o ataque teve lugar num domingo durante a missa, membros de uma mesma família foram mortos ou feridos, alguns ao tentar proteger as suas crianças. Ficámos admiradas com a sua calma e a sua fé enquanto nos contavam tudo, pareciam-nos pessoas vindas de um outro mundo e que nesse momento, nada os preocupava a não ser o encontro próximo com o Senhor, já não pensavam em mais nada e limitavam-se a rezar, e tudo isto durou 5 horas…

Sexta-feira à tarde jovens de várias paróquias vieram ajudar a arrumar e limpar um pouco, e no Domingo seguinte, 7 de Novembro, todos os padres sírios e caldeus de Bagdad que estavam disponíveis celebraram missa nesta igreja vazia e devastada sobre uma mesa de jogo(?), havia poucas pessoas porque esta missa não tinha sido anunciada, nós não fomos porque não soubemos, foi muito que comovente.

Há um aumento de fé e de determinação sobretudo nos padres que permanecem em Bagdad que dizem: querem correr connosco e exterminar-nos mas estamos aqui e permaneceremos, durante 14 séculos não conseguiram acabar connosco. A história dos cristãos do Iraque é uma longa história de perseguições, martírios, de cristãos escorraçados e deslocados.

Lembramo-nos da frase do salmo 69: “São mais que os cabelos da minha cabeça, aqueles que injustamente me odeiam” e pensamos sobretudo em Jesus, odiado sem razão, apesar de ter passado fazendo o bem.

Terminamos esta carta com o grito de uma criança de 3 anos que viu matar o pai e que gritava: “já chega, já chega”, antes de também ele ser morto; sim realmente com o nosso povo, gritamos também: já chega.

As vossas irmãzinhas de Bagdad, Alice e Martine

CVX-P desafiada a rezar pelos cristãos do Iraque

Caríssimos

Pede-nos a Equipa Nacional que transmitamos um apelo chegado do Iraque através da CVX do Egipto:

O Sameth, que esteve connosco em Fátima em 2008, na Assembleia Mundial, como delegado pela CVX do Egipto enviou-nos – através da Marta Rebelo -  uma carta de duas Irmãs de Bagdad, contando o massacre de um grupo de cristãos durante a celebração de uma missa, na Igreja de Saydat-al-Negat - Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Bagdad. O massacre ocorreu no final do mês de Outubro, exactamente na mesma altura em que nos reunimos em Fátima na nossa Assembleia Nacional.

 

O massacre foi reivindicado por um grupo terrorista ligado à AL QAEDA que, nos últimos anos, tem realizado numerosos ataques às comunidades cristãs no Iraque, de tal modo que muitos dos cristãos optaram já por fugir do País.

 

Gostaria assim de vos propor que, durante este ano, a CVX de Portugal se junte à CVX do Egipto e estabeleça um corrente de oração pelos nossos irmãos do Iraque.

Todos sabemos que este não é o único lugar no mundo onde os cristãos são perseguidos e que decorrem provavelmente em muitas regiões massacres bem piores do que este, de que provavelmente nem nunca chegaremos a ouvir falar. Mas mesmo concentrando-nos neste pequeno grupo, estaremos no fundo a rezar contra o ódio e a violência gratuita em todas as partes do mundo. É também, como dizia a Marta, uma forma de sentir com a Igreja Universal e de estarmos mais atentos ao que por vezes parece muito distante.

 

Pedia-lhes pois que lançassem esta proposta às vossas comunidades regionais durante a próxima reunião de animadores. Junto envio a carta das Irmãs de Bagdad, já traduzida, para a poderem ler na altura, se acharem conveniente. Propunha-lhes que fizessem um momento de oração pelas vítimas deste massacre e por todas as vítimas de todos os massacres que tem ocorrido no Iraque, de cristãos e muçulmanos, e que depois propusessem aos pequenos grupos prosseguirem esta corrente de oração durante todo o ano de 2010/2011. Gostaria também que sublinhassem, junto das vossas comunidades, que esta perseguição não é uma perseguição dos muçulmanos contra os cristãos mas um ataque de um grupo de terroristas. Neste exercício de oração é importante sermos capazes de olhar (também) esta realidade com o olhar amoroso de Deus que ama da mesma maneira cada um dos seus filhos.

 

Pelo nosso lado, Equipa Nacional, iremos tentar mantermo-nos a par do que se vai passando, através do Sameth ou dos jornais!

 

Muito obrigada!

 

Um grande abraço para cada um de vocês

 

 

Teresa

P Simão Rodrigues

Um convite da companhia de Jesus à CVX.