Envolveu-nos…

linhas de metro de Bruxelas

Envolveu-nos!

Ontem era o Dia...

Fui à missa, às 16h00m conforme me tinham comunicado, discretamente...

Não conhecia bem nem o anterior nem o actual Provincial, não mais do que o público em geral, pelas suas obras, perfil público e publicado, mas confesso que me surpreende sempre quando grandes homens falam...

A homilia do Pe. Nuno, foi de uma doçura, de uma humildade nos agradecimentos a Deus e a todos os que com ele colaboraram nos últimos seis anos, que enternecia qualquer um que o escutasse, crente ou não, Jesuíta ou não... Confesso que por razões pessoais, o primeiro agradecimento e a primeira palavra do Pe. Nuno me tocaram muitíssimo: começou por agradecer a saúde com que Deus lhe permitiu levar a cabo a sua missão... de facto, se todos os colaboradores são importantes, há sempre Este, acima de todos.

Toda a celebração decorreu com grande serenidade, uma calma orante de todos os presentes...

Chegados ao fim, o Pe. Alberto disse então algumas palavras... não demasiadas, não se alargou muito, mas foi assertivo, disse o que devia ser dito, e pareceu-me ter dado uma grande lição aos jornalistas e demais presentes sobre o que significa ENVOLVER!

Começando pelo facto de ter recebido a notícia de que seria o novo Provincial, a 1 de Abril de 2011, dia das mentiras, e em que a primeira reacção foi essa mesma: é mentira!, à sua localização no momento em que recebeu a notícia: encontrava-se numa estação de metro em Bruxelas onde se cruzam quatro linhas, símbolo da grande encruzilhada que a vida, mais uma vez lhe oferecia, ao estado de espanto que o fez sentar, rezar e perder uns quantos comboios, para poder digerir a notícia.

Digerida, e ruminada, arregaçou as mangas e abraçou a missão... e cá estávamos nós, ontem para ver e ouvir, escutar e olhar, quem nos veio abraçar.

Foi-lhe perguntado algures pelo caminho qual seria o seu “programa de governo”, e o Pe Alberto, cheio de Graça e no seu pragmatismo sublinhou a ausência de um “programa” seu, mas uma missão que lhe foi atribuída, dando continuidade ao estabelecido na 35ª Congregação,  em que o ânimo “de não ser apenas homens para os outros, mas homens com os outros” lhe permite usar e abusar do verbo envolver, de uma maneira ou de outra: servir, ajudar, ouvir, abraçar, começar, continuar, rezar... tudo para a maior COLABORAÇÃO! Jesuítas e leigos, comunidades e paróquias, todos juntos, todos num mesmo rumo, todos juntos, para mais facilmente e mais construtivamente colaborarmos em missão.

A mim, pareceu-me que Deus passava por ali e dizia-nos: “Ide, e inflamai todas as coisas!”